sexta-feira, 25 de maio de 2012

Greve nos colégios particulares

Alunos ficaram sem aula por causa da paralisação dos docentes

Professores de colégios particulares interrompem as atividades

Os professores de pelo menos 20 grandes escolas particulares de Salvador paralisaram as atividades para a realização de uma assembleia durante a manhã desta quarta-feira (25) com o objetivo de definir os rumos da campanha reivindicatória 2012. A reunião está marcada para acontecer no auditório do Colégio Dois de Julho, localizado no bairro do Garcia, centro da capital baiana. A depender das discussões, a possibilidade de greve por tempo indeterminado não está descartada.
Segundo Cristina Souto, diretora do Sindicato dos Professores da Bahia (Sinpro-BA), não houve acordo na oitava mesa de negociações entre docentes e empresários, realizada na última quarta-feira (23).
Os professores elaboraram uma pauta com 58 reivindicações que inclui saúde, segurança e melhores condições de trabalho. Além de reivindicar um aumento de 10% do ganho real mais 4,88% de correção da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). "Eles não aceitam os nossos pedidos. Todos são negados, ignoraram as 58 reivindicações", conta Cristina Souto.
Os empresários oferecem o reajuste de 5% e dizem que algumas reivindicações dos docentes são irreais. Natálio Dantas, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (Sinepe-BA), explicou que os professores não têm motivos para entrar em greve. Para ele, o reajuste proposto é considerado justo.
"Todo ano nós damos aumento, não estamos devendo nada aos professores, melhoramos sempre alguma coisa, mas a nível financeiro não tem como aumentar”, declarou o presidente.
Questionado sobre a lista de 58 reivindicações que, segundo o Sinpro, foi ignorada, Dantas explicou que os professores só apontaram o que queriam de melhor, mas não apresentaram nenhuma proposta. "Alguns pedidos são fora do normal", diz Dantas.

Os docentes já vêm realizando paralisações diárias de cerca de 50 minutos durante o período das aulas há sete dias, o que representa, em média, menos uma aula diária no cronograma escolar. Os colégios Dois de Julho, Anchieta, Módulo, Portinari, Oficina, São Paulo, ISBA, entre outros, ficarão sem aula em todos os turnos de hoje.
A sindicalista Cristina Souto acredita que, este ano, os professores têm voz para fazer uma greve de grandes proporções. Ela explica que os docentes têm se conscientizado da importância do sindicato e rejeitado tentativas de acordos individuais, o que ocasiona no enfraquecimento das greves no setor.
Ainda assim, ela diz que na assembleia realizada hoje discutirá um metodo eficaz, por isso não arrisca dizer se haverá mesmo greve ou não. “É difícil prever este tipo de coisa. Vai depender muito das forças internas das escolas. Só após a assembleia é que poderemos saber. Mas, se o indicativo de greve for aprovado, ela começa imediatamente”, analisa.
Está confirmado para a segunda-feira (28), uma nova reunião entre Sinepe e a Sinpro.

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