segunda-feira, 28 de maio de 2012

Professores e estudantes protestam no CAB

Professores e estudantes protestam por educação

Um grupo de estudantes protestou nesta segunda pelo retorno das aulasMurilo Melo



Desde o dia 11 de abril, a categoria pressiona o governo por reajuste salarial







Em greve há 48 dias, os professores da rede estadual de ensino da Bahia realizaram diversas mobilizações em Salvador, nesta segunda-feira (28), para protestar contra a falta de acordo com o governo.
De acordo com o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB), Rui Oliveira, alguns professores fizeram reuniões com pais de alunos no Colégio Luís Viana, localizado no bairro de Brotas.
"Eles (os pais) estão participando, sim, das nossas mobilizações. Não querem que os filhos sejam prejudicados", relatou o coordenador. Parte dos docentes, que ministram aulas em colégios localizados entre o Rio Vermelho e Boca do Rio, também participaram da mobilização. Eles realizaram um bazar na Praça da Piedade.
Além dos professores, um grupo de estudantes também fez uma manifestação em frente à Secretaria de Educação, localizada no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, nesta manhã. De acordo com o grupo, a mobilização acontece por causa do impasse entre o governo e os professores da rede estadual de ensino.
Os jovens, após protesto no CAB, saíram pela Avenida Paralela, em direção ao Iguatemi. No Facebook, mais de 600 jovens confirmaram a participação em uma lista de eventos. Os alunos pediram a volta das aulas e querem que o governo pague a todos os docentes o reajuste salarial de 22,22%, previsto em acordo assinado em novembro do ano passado.
No subúrbio ferroviário da capital baiana, pais, professores e alunos fizeram passeata em Periperi. A manifestação tevecartazes, carros de som e apitaço. Durante o movimento, os participantes disseram estar indignados com a situação da educação na Bahia.
Em Feira de Santana e Itabuna, mais ações. Os docentes bloquearam a BR 101 e as principais avenidas da cidade.
Os docentes realizam uma assembleia geral, nesta terça-feira (29), às 9h, na Assembleia Legislativa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
Prazo - Pelo menos 50 pais de alunos do Colégio Estadual Rafael Serravale, na Pituba, se reuniram, na última terça-feira (22), em assembleia na própria instituição, para discutir o impasse. Eles deram um prazo até 30 de maio para um acordo entre o governo e os docentes.
Os pais temem que o ano letivo seja prejudicado pela greve e que os filhos, em ano de vestibular, não consigam vagas nas universidades públicas. Caso o governo e os professores não fechem um acordo, os pais ameaçam ocupar a Governadoria, localizada no CAB. O grupo decidiu procurar o Ministério Público Estadual (MP-BA) para cobrar uma medida emergencial para finalizar o movimento.

Entenda o caso - Os professores alegam que o governo do estado não cumpriu o acordo firmado com a categoria, de conceder reajuste de 22,22% no salário da classe, e decidiram parar as atividades nos colégios estaduais, no último dia 11 de abril. O reajuste visa equiparar o salário dos docentes baianos ao piso nacional do magistério, determinado pelo Ministério da Educação (MEC).
O acordo, assinado em 11 de novembro do ano passado, previa que o novo valor entraria em vigor a partir de janeiro deste ano. Até o momento, de acordo com informações do sindicato da categoria, só teriam sido pagos 6,5% e o governador Jaques Wagner teria prometido dividir o pagamento restante em duas partes, uma delas, em novembro desse ano e a outra, em abril de 2013.
No dia 18 de abril, a categoria, após decidir manter greve, sofreu cortes de ponto por conta dos dias de paralisação. Os salários e o benefício Credicesta foram bloqueados. Os cortes incluíam todo o período da greve, contando com a data de início da paralisação. A medida cumpriu decisão do Tribunal de Justiça, que decretou a ilegalidade do movimento.
Sem chegar a um consenso, o impasse continua entre o governo e os cerca de 40 mil docentes, já que o Estado alega não ter recursos para pagar o reajuste a todos os professores da rede. Ainda assim, no dia 17 de abril, a Secretaria de Educação divulgou comunicado propondo pagar o salário de maio e o valor cortado da remuneração de abril se os professores retornassem ao trabalho imediatamente, o que não ocorreu.
O coordenador-geral do sindicato da categoria, Rui Oliveira, diz que os docentes não aceitam essa proposta. "Não entramos em greve para devolução de salário. O governo está intimidando as pessoas com o corte (do ponto). Não vamos voltar, a greve continua", diz.

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